Confiar em algo e em alguém é, sagrado.
Confiança tem variados sinônimos, entre eles, é deixar-se guiar por um sentimento ou sensação de que podemos nos expor abertamente a uma situação ou pessoa, com total credulidade.
Fazemos nossas confissões a outros quando percebemos esta sensação de pura confiança ou seja, não seremos expostos em nossas fragilidades.
Quando confiamos nossa fé, naquilo que acreditamos, por exemplo, em Deus ou o nome que queiramos dar, estamos realmente crédulos de que haverá uma solução para nossas questões, segundo o nosso querer, é neste ponto que por vezes a confiança que depositamos desmorona ou termina.
Confiar no que nos é oferecido em incompatibilidade com o que desejamos, é um desafio dos grandes.
A vida segue seu fluxo. Talvez, haja um roteiro que não possa ser modificado em função dos aprendizados individuais aos quais somos submetidos no decorrer da existência.
Eventos dolorosos e traumatizantes no roteiro não tem como serem previstos, no entanto acontecem.
A confiança é minada quando nos deparamos com acontecimentos e situações inesperadas.
Se confiamos na vida, em uma força grandiosa que tudo sabe e que nos sustenta, por que permitimos que a confiança, mesmo quando as coisas parecem difíceis e sem solução, seja abalada?
À mim parece que a confiança nossa de cada dia, ainda está atrelada ao autoengano de que podemos controlar a vida. Fomos educados para acreditar que podemos controlar o incontrolável.
Então, a pergunta é : confiamos realmente ou nos iludimos com isso?
Confiamos somente quando nossos desejos são atendidos?
Confiamos nas adversidades que surgem no caminho?
Confiamos na nossa fé, tantas vezes infantilizada, ou confiamos na vida?
Muitos de nós, eu me incluo, acreditaram que em determinados momentos, pudessem controlar a vida no seu fluxo.
É uma ilusão.
Até que ponto nossos desejos por controle se confundem com confiança?
Eu não posso controlar um terremoto. Não posso controlar uma epidemia mas, posso confiar de que tudo acontece do jeito que tem de ser.
A natureza não se submete ao controle do homem. A mesma é a própria vida.
Confiança, na minha perspectiva, está intimamente ligada a um fio, conectado fortemente com a força que gera tudo.
Você pode nomear como quiser. Deus, Universo, Energia, Jesus.
Isso é o que menos importa.
O que faz diferença é assimilar que quando confiamos nesta força, concordamos com a vida como ela se apresenta, o quê não nos isenta de forma alguma a buscarmos por aquilo que nos faz contentes e plenos na existência.
Confiança é uma força geradora de recursos para que possamos viver, nos relacionar com outros, crescermos, prosperarmos, entre tantas outras coisas.
Quando confiamos não nos abalamos diante de seguidos nãos que recebemos, mudamos a rota e seguimos em frente confiantes e, ao mesmo tempo observando os movimentos que fazemos em comunhão com a vida.
Confiar é individual. Cada um de nós tem sua maneira.
O fortalecimento da confiança é um exercício diário de pequenos passos e pausas… que para muitos é uma oração.
Se um elo da sua confiança se perdeu, ache-o e o encaixe novamente no seu lugar.
O autoconhecimento nos torna confiantes.
Elaine Leal Carvalho
Terapeuta e Consteladora Familiar